Município de Paredes de Coura

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CICLO DE POLINIZAÇÃO MUSICAL DE PAREDES DE COURA
Canto Nono + Lula Pena + Calligraphy + Nuno Campos 4tet + Daniel Pereira Cristo Trio CICLO DE POLINIZAÇÃO MUSICAL DE PAREDES DE COURA sexta_domingo | 10_12 maio   A recriação da obra de José Mário Branco com melodias que nos tocam os sentidos pelos Canto Nono, a transversalidade com traços da bossa nova, tango, […]
publicado a 9 de Maio de 2024

Canto Nono + Lula Pena + Calligraphy + Nuno Campos 4tet + Daniel Pereira Cristo Trio

CICLO DE POLINIZAÇÃO MUSICAL DE PAREDES DE COURA

sexta_domingo | 10_12 maio

 

A recriação da obra de José Mário Branco com melodias que nos tocam os sentidos pelos Canto Nono, a transversalidade com traços da bossa nova, tango, mornas ou uma folk espectral por Lula Pena, mas também a música eletrónica de cariz exploratório pelo projeto Calligraphy são algumas das propostas que o Ciclo de Polinização Musical de Paredes de Coura nos traz para este fim de semana, 10, 11 e 12 de maio,  num ciclo de concertos e atividades culturais dedicadas à música clássica, tradicional e jazz.

A inspiração na mitologia egípcia, nas suas ancestrais narrativas, e no fascínio por esta civilização antiga são exploradas pelo contrabaixista e compositor Nuno Campos, a música tradicional reinventada na sua variedade de sonoridades como o canto, o cavaquinho e a braguesa por Daniel Pereira Cristo Trio ou até o projeto 293 Diagonal que faz convergir as suas influências através da abordagem experimental são outras das propostas para este fim de semana em Paredes de Coura, numa edição que volta a ‘polinizar’ o concelho com música nos mais variados espaços como o Centro Cultural, Caixa de Música, Casa Grande de Romarigães, Capela do Espírito Santo, mas também a Junta de Freguesia de Agualonga, Associação de Ferreira, Eira Comunitária de Porreiras, Vascões e Cossourado.

Projetos direcionados a crianças, com texto escrito e cantado, acompanhados de música tocada e construída ao vivo pelo projeto ‘A menina que não cabia numa caixa quadrada’, ou até várias oficinas dinamizadas por alguns dos artistas e dedicadas a temas tão variados como ‘Dança e Canto Popular Galego’, ‘Dança Africana’ e ‘Ritmos e Instrumentos Tradicionais Portugueses’, complementado pelas já habituais caminhadas em parceria com a associação local Ori-Coura Orientação convidam o público a desfrutar da riqueza da natureza e da programação artística deste território, numa iniciativa promovida pelo Município no âmbito da programação do seu Centro Cultural, contando com o apoio da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, bem como da parceria à programação da Associação Cultural Rock’n’Cave e da Associação Porta-Jazz.

 

 

 

Lula Pena | 10 maio – 21h30 – Centro Cultural

Evocando justiça às palavras, dificilmente encontraremos uma figura tão enigmática no panorama nacional. Voz única, presença rara nos palcos e uma obra selecionada a dedo, apesar das já duas décadas de atividade. Numa época de velocidade de informação e perda de rasto de muitos artistas, Lula Pena parece situar-se num tempo e espaço realmente seus. A sua discografia é uma dádiva, composta por um trio brilhante de álbuns, dispersos pelos anos e pelas suas histórias de vida. A busca incessante por novos léxicos e novos lugares fá-la afastar-se de qualquer tentativa de mapear com exatidão a sua obra.

Existe uma certa portugalidade no que cria; pela abordagem ao universo do fado, cuja voz é o corpo, e as suas letras a alma de uma personagem real que todos reconhecemos. Mas talvez o maior trunfo seja o modo com que inclui várias sonoridades e várias personas numa só encarnação. Troubadour foi o segundo álbum, editado em 2010, e deixando para trás um silêncio de doze longos anos. Um disco que espelha a sua transversalidade, levando-nos uma geografia ampla onde se incluem traços da bossa nova, tango, mornas ou uma folk espectral como nunca tínhamos escutado por cá. Jacques Brel, Cesária Évora, Ry Cooder, Nico ou Amália Rodrigues são só e apenas possíveis alusões para melhor entender o calibre da artista que não reconhece géneros ou idiomas para a sua expressão, genuinamente global e intemporal.

Nuno Campos 4tet | 10 maio – 23h00 – Centro Cultural

Something to Believe In é o projeto resultante da inspiração que o contrabaixista e compositor Nuno Campos foi encontrar na mitologia egípcia, nas suas ancestrais narrativas e no fascínio que, ainda hoje, esta civilização antiga provoca ao restante mundo. Líder do seu quarteto com quem editou o disco de estreia TaCatarinaTen, compôs as várias peças musicais deste novo trabalho lançado pelo Carimbo Porta-Jazz em 2023, após uma visita ao Cairo para participação no seu festival de jazz anual. Inspirado nas narrativas e memórias construídas individualmente e pelo grupo, este disco comporta um forte carácter melódico influenciado pelo jazz, pela música improvisada e pela música contemporânea, com Bartok e Messiaen como referências maiores.

Oficina de danças africanas | 11 maio – 16h00 – Junta Freguesia Agualonga

Animada por Isa Santos e acompanhada por música ao vivo, esta oficina convida qualquer pessoa interessada a sentir as raízes de África e a deixar ecoar no seu corpo o pulsar e a vibração do grande tambor (coração). Com os pés na Terra e os braços no ar, vamos deixar-nos embalar pelos ritmos de África. Dança, canta e encanta.

Oficina dinamizada em parceria com a colaboração com Clube MunDanças - DE - Comunidade

Ficha artística:

Dinamizadora - Isa Santos

Músicos - Pedro Amaro, Paulo Cavernas, José Ribeiro

Calligraphy | 11 maio – 17h00 – Casa Grande Romarigães

Calligraphy é o novo projeto de Vítor Joaquim, referência nacional da música eletrónica de cariz exploratório, com Ulrich Mitzlaff e João Silva.

Quando tentamos perceber a dimensão do Universo, todos acabamos por nos sentir esmagados perante a incapacidade de compreender a nossa própria existência no planeta que habitamos, e que ao mesmo tempo não passa ele próprio de um pequeno ponto azul perdido num gigantesco sistema solar. Contudo, conseguimos compreender que somos compostos de matéria e que os átomos que nos compõem e dão forma, são afinal pó das estrelas, parte da matéria que atravessou os tempos e se veio materializar temporalmente sob a forma de cada um de nós. E embora pensemos que somos únicos e especiais no Universo, a verdade é que 96% do nosso corpo é composto por oxigénio, carbono, hidrogénio e nitrogénio, quatro dos elementos químicos mais ativos do Universo. Tal como refere Neil de Grasse Tyson “não somos especiais porque somos diferentes; somos especiais porque somos feitos do mesmo que o universo”.

Ficha artística

Vitor Joaquim - laptop, live sampling, teclados, electroacústica

João Silva - trompete, electroacústica

Ulrich Mitzlaff - violoncelo, electroacústica

Daniel Pereira Cristo Trio | 11 maio – 21h30 – Associação Ferreira

Daniel Pereira Cristo nasceu em Braga no dia 25 de Abril de 1979, e é um militante da palavra, da música e dos instrumentos tradicionais. Tem vindo a ser reconhecido como um dos nomes maiores da música de raiz portuguesa, vencendo alguns prémios dos quais se destaca o Prémio Carlos Paredes em 2018 - atribuído por unanimidade do Júri ao seu álbum de estreia em nome próprio “Cavaquinho Cantado”, lançado num esgotado Theatro Circo em 2017.

Neste concerto em trio, a aposta grande é na música tradicional reinventada e na variedade das sonoridades de raiz: em particular o canto, o cavaquinho e a braguesa. Neste formato mais reduzido, há lugar a uma maior atenção na multiplicidade de percussões de André NO e no virtuosismo do acordeonista João Ferreira - a ideia parte sempre por explorar a diversidade dos cordofones, melodias e ritmos tradicionais e trazê-los para o presente.

293 Diagonal | 12 maio – 11h30 – Eira Comunitária Porreiras

Entre a canção e a improvisação, os jovens músicos Joana Raquel e Daniel Sousa virão apresentar o seu projeto 293 Diagonal em formato acústico, num ambiente bucólico, no meio da natureza. Um projeto em que fazem convergir as suas influências através da abordagem experimental, neste espaço não-convencional, performativo e íntimo, para a exploração das suas composições.

Germinado numa das portas 293 da cidade Porto, nos últimos dois anos o duo tem desenvolvido colaborações, sublinhando-se a participação no ciclo FLUIR Som, com curadoria da Associação Robalo em parceria com o MAAT, bem como o lançamento do seu primeiro disco Membrana (Carimbo Porta-Jazz, 2022).

A menina que não cabia numa caixa quadrada | 12 maio – 16h30 – Centro Cultural

Seu nome é Flora, de flor, florar, florir. Flora de um nome só. Podia ter a mesma idade de cada um que a ouve, se formos capazes de ouvir a liberdade da infância que guardámos e escondemos. Fala de tudo e mais alguma coisa, mas parece que não fala de nada. É um pensamento esticado. Uma conversa com os seus botões que não acaba, como as cerejas entre as conversas que nos apetecem conversar. Tem uma caixa que não lhe serve, como as calças que ficaram curtas com os anos, ou as meias que romperam de tanto as usar. Até parece que tem tudo. Que não lhe falta nada, mas a caixa está a mais. Ou a menos do que precisa. Ainda se lembram como se chama? É Flora, de flor, florar, florir. Flora de um nome só.

Canto Nono | 12 maio – 17h00 – Centro Cultural

O Canto Nono propõe este concerto com base em toda a vivência musical e pessoal que tiveram com José Mário Branco, de 2000 a 2019, enquanto foi diretor artístico do grupo. Em tom desafiador, o Canto Nono trabalhou na recriação de 17 de suas obras. Os arranjos musicais colocam a harmonização das vozes no centro, expondo as suas potencialidades na recriação de melodias que nos tocam os sentidos. Não é uma mera reposição de repertório, agora com novas abordagens, estéticas e formas de expressão. Este seria, com certeza, um tributo que José Mário Branco resignadamente agradeceria (tão avesso que era a todas as formas laudatórias) e no qual o Canto Nono se empenha, orgulha-se e agradece por ter tido o privilégio de cruzar as suas vidas com a dele.

Projeto apoiado pelo Programa «Arte pela Democracia», uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes.

 

 

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