Município de Paredes de Coura

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Paredes de Coura no centro do Mundo na promoção da sustentabilidade ambiental
Paredes de Coura tornou-se o centro do Mundo no que à promoção da sustentabilidade diz respeito, ao acolher a sede mundial do projeto Portugal Mata Viva: “somos bons a captar investimento e temos velocidade institucional. É preciso ter coragem, conseguindo ver mais longe e mais cedo”, explicou Vitor Paulo Pereira, acrescentando que “a natureza vai […]
publicado a 26 de Fevereiro de 2018

Paredes de Coura tornou-se o centro do Mundo no que à promoção da sustentabilidade diz respeito, ao acolher a sede mundial do projeto Portugal Mata Viva: “somos bons a captar investimento e temos velocidade institucional. É preciso ter coragem, conseguindo ver mais longe e mais cedo”, explicou Vitor Paulo Pereira, acrescentando que “a natureza vai ser o nosso petróleo do futuro”.

Com a presença da secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, do Governador do estado brasileiro do Piauí, José Wellington Dias, e pelos representantes da Associação Portugal Mata Viva, procedeu-se à inauguração da parceria que faz de Paredes de Coura elemento de um projeto que financia a preservação enquanto bem comum, utilizando a metodologia “Brasil Mata Viva” em parcerias estabelecidas com a Universidade Estadual de S. Paulo e com os Institutos Politécnicos de Coimbra e de Viana do Castelo.

Com esta ferramenta de vanguarda na conservação ambiental e no desenvolvimento local que é uma síntese feliz da inovação, tecnologia e ecologia, Paredes de Coura está a contribuir para um outro paradigma de desenvolvimento económico.

“É um projeto de desenvolvimento local e social, mas também um projeto financeiro. Não é possível distribuir riqueza se ela não existir. E esta pode vir do valor que a Paisagem Protegida tem, mas também do interesse meramente comercial, comprando créditos de floresta com o objetivo de ganhar dinheiro”, explicou o presidente da Câmara de Paredes de Coura, para quem “as pessoas que vivem na Paisagem Protegida têm uma série de constrangimentos à sua atividade e ao direito de propriedade, mas também têm que tirar proveito pagando-lhes esse serviço de ecossistema, quer a Paredes de Coura quer ao Mundo”.

O que o Projeto Portugal Mata viva pretende fazer é, partindo da experiência de sucesso com 10 anos vivida no Brasil, contabilizar, com o recurso aos métodos científicos das Universidades parceiras (UNESP, Instituto Politécnico de Coimbra e Instituto Politécnico de Viana do Castelo), e converter em moeda (o crédito floresta) os serviços de ecossistemas produzidos no território de Paredes de Coura. O valor arrecadado reverte em partes equitativas para o proprietário da terra, para a comunidade e para o sistema de acreditação, podendo ser, a todo o momento, verificada a identidade, georreferenciação e registo fotográfico da propriedade que presta o serviço adquirido. Com esta hipótese de fiscalização, garante-se que o valor pago é efetivamente investido na conservação de uma determinada parcela cujo proprietário fica contratualmente vinculado a cuidar por períodos renováveis de um ano.

“Só se consegue preservar o ambiente com as pessoas, utilizando uma riqueza de uma forma ética, inclusiva e sustentável”, reforçou Vitor Paulo Pereira, enquanto José Wellington Dias, Governador do estado brasileiro do Piauí, enalteceu “o momento histórico” desta iniciativa.

Também a secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, sublinhou que “o governo de Portugal está altamente comprometido em valorizar o território”, garantindo ainda que “quando estiver a ser discutido o Orçamento de Estado para 2019 haverá uma metodologia de orientação para o ecossistema da floresta e os serviços que presta”.

Paralelamente, à inauguração do Portugal Mata Viva também foi assinado o manifesto “Carta do Alto Minho”, documento fundador desta parceria: um manifesto dos povos para a conservação do ambiente saudável, para a proteção das culturas tradicionais e pelo desenvolvimento económico das suas sociedades. A presente “Carta do Alto Minho” é um manifesto que apela à ação. Em seu corpo estão dispostos os princípios e declarações fundamentais a que os seus signatários se comprometem. Ela representa o compromisso primeiro de seus participantes, enquanto legítimos representantes de seus povos e sociedades, com os três elementos fundamentais que a orientam: o Ambiente, a Sociedade e a Economia.