Município de Paredes de Coura

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Teatro e justiça. Universidade invisível. Comédias do Minho
Dia 03. Sábado. Centro Cultural. Paredes de Coura

Dia 03. Sábado. Centro Cultural. Paredes de Coura


10h00 – 12h30 Encontro / Conversa TEATRO E JUSTIÇA
«Julgar uma pessoa não passa apenas por apreciar um acto, mas também por penetrar num encadeamento de eventos inextrincáveis e imputar um deles a uma história em particular…Julgar é um distanciamento permanente, um trabalho iniciado pelo símbolo e concluído pelo discurso. Uma vez terminados os debates o juiz não fica completamente livre desse trabalho de distanciamento. O rito não é apenas uma bola de ferro presa à perna do juiz, é também um meio de este último se emancipar de si mesmo. É disso testemunha a ritualização da deliberação, ou até a própria decisão».
Transformássemo-nos nós, à maneira de Pirandello, em personagens à procura de um autor, e poucos chegaríamos a identificar em Antoine Garapon a autoria de texto que antecede, de tal maneira ele nos convida a remetê-lo para o pensamento de Bertolt Brecht e para a consideração do seu tão decantado Verfremdungseffekt, ou efeito de distanciação ou estranhamento.
E, todavia, é do primeiro que se trata.
Ele também «Gents de Justice», como diria Daumier, falando, porém, como se de Teatro fosse, e interpelando-nos, ainda ele, a pesquisar em busca do segredo que ata o Teatro e a Justiça num laço que o tempo e a História jamais lograram desatar.
Tempo, esse, para o qual nos proporemos aqui olhar de longe.

COM Álvaro Laborinho Lúcio
Magistrado de carreira, é Juiz Jubilado do Supremo Tribunal de Justiça. De 1980 a 1996, exerceu, sucessivamente, as funções de Diretor do Centro de Estudos Judiciários, Secretário de Estado da Administração Judiciária, Ministro da Justiça e Deputado à Assembleia da República. Entre 2003 e 2006, ocupou o cargo de Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores. Com intensa atividade cívica é membro dirigente, entre outras, de associações como a APAV e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador. Com artigos publicados e inúmeras palestras proferidas, é autor de livros como A Justiça e os Justos (1999), Palácio da Justiça (2007), Educação, Arte e Cidadania» (2008 ), O Julgamento – Uma Narrativa Crítica da Justiça (2012), Levante-se o Véu, este em coautoria (2011), e ainda os romances O Chamador (2014) e O Homem Que Escrevia Azulejos (2016).